Raças Devon, Bravon e cruzas marcam presença em leilões virtuais e presenciais

Os remates de outono movimentam os negócios e as pistas de sindicatos rurais e parques de exposições do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, dois estados que concentram os maiores rebanhos das raças Devon e Bravon no país. No próximo sábado (19/03), pelo menos 60% dos cerca de 500 animais ofertados na 1a Feira do Terneiro e da Terneira de Abdon Batista, na Serra catarinense, serão de Devon e suas cruzas, segundo os organizadores. Até o final da temporada, no final de maio, aproximadamente 50 leilões em Santa Catarina oferecerão entre 25 e 30 mil terneiros e terneiras. Outros 40 eventos vão comercializar animais de até 14 meses nascidos nos campos do Rio Grande do Sul.

O cenário é desafiador. Se por um lado os eventos presenciais trazem de volta a oportunidade de o pecuarista se animar ao ver de perto a qualidade dos lotes ofertados, por outro ainda é cedo para arriscar se 2022 vai repetir a demanda aquecida do ano passado. A presidente da Associação Brasileira de Criadores de Devon e Bravon (ABCDB), Simone Bianchini acredita na valorização nos preços de comercialização. “A seca no Sul do país prejudicou demais as pastagens de algumas regiões produtoras, por isso, este ano alguns terneiros poderão estar um pouco mais leves. Os preços ainda estão contidos mas o mercado deve reagir ao longo da temporada”, projeta. A dirigente lembra que a época também é de venda direta nas propriedades.

Para Marcelo Camargo, leiloeiro rural e pisteiro da Camargo Agronegócios, de Lages (SC), aposta que os negócios ficarão nos mesmos patamares de 2021, ou muito próximos. “Os primeiros eventos, com alguns picos de preço, já deram um bom indicativo do que vem por aí. Com mais alguns eventos exclusivamente de terneiros conseguiremos ter um panorama mais verdadeiro do cenário”, afirma. Camargo lembra que deve ser levado em conta o alto custo de produção de milho e soja, usados na alimentação do gado, e de outros insumos, como adubos e óleo diesel. “Tudo pode impactar nos resultados, tendo em vista a posição de incerteza do confinador, que é um grande consumidor da mercadoria terneiro”.

No Rio Grande do Sul, o gado da raça Devon também se destaca pela qualidade e a oferta de bons lotes. “Esse é o momento de maior movimentação para quem trabalha com recria e terminação, lidamos com grandes volumes de terneiros e terneiras”, afirma Enio Dias dos Santos, presidente do Sindicato do Leiloeiros do Rio Grande do Sul (Sindiler – RS). Santos explica que a quantidade de remates é de 30% a 40% maior do que os 27 que constam na programação de exposições e feiras agropecuárias do Estado. Isso se deve aos leilões particulares, que não constam no calendário oficial. A grande maioria dos remates permanece, também, com o formato virtual.

Crédito da foto: Douglas Moraes de Oliveira

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