O presidente da Sociedade Britânica de Criadores de Devon esteve no Brasil e, após visitas a propriedades rurais de norte a sul do Estado, manifestou interesse em levar a genética gaúcha para o Reino Unido. John May veio ao Brasil para julgar a raça na 40ª Expointer e aproveitou a oportunidade para conhecer parte do rebanho gaúcho nas cidades de Pelotas, Camaquã, Nova Prata e André da Rocha. Foi um tour de norte a sul que deixou John May e sua esposa Sue May, que trabalha junto a John na fazenda Priorton, impressionados com a qualidade genética dos campos gaúchos:
“Vimos um modelo bem diferente do nosso, afinal no Reino Unido a maior parte do gado é criada em confinamento, por diferenças no tamanho das propriedades e de clima, e a maior parte da alimentação é com ração, diferentemente do Brasil. A qualidade do pasto gaúcho nos chamou a atenção. Gostamos muito dos animais que vimos. O que encontramos foi o verdadeiro Devon, tão bom, talvez até melhor do que encontramos no Reino Unido”, relata May.
O casal tirou mais de mil fotos durante o tour pelo Brasil, a maioria de animais que chamaram a atenção, cuja genética gostariam de levar ao Reino Unido. Nas fazendas do sul e centro-sul do Estado (Estância da Gruta e Fazenda Palmeira), destacaram como aspecto mais interessante a capacidade de aliar alta qualidade à capacidade de comercialização. Já nos Campos de Cima da Serra (Fazenda São Valentim, Fazenda Santo Antônio e Cabanha Santa Lúcia), o casal ficou empolgado ao reconhecer animais descendentes de touros nascidos na Fazenda Priorton, resultado de importações durante os anos 60 e 70, e ver como a linhagem se desenvolveu bem no Brasil, inclusive com animais representados na Expointer.
Segundo a presidente da Associação Brasileira de Criadores de Devon, Elizabeth Cirne-Lima, a visita rendeu muitos aprendizados: “estamos todos investidos no mesmo negócio, mas com formas diferentes de trabalhar. Com essas visitas, podemos estreitar as relações com criadores internacionais e encurtar as distâncias”, avalia Elizabeth.
Com relação à experiência da Expointer, John e Sue May ressaltaram a surpresa ao constatar que mesmo depois de um dia inteiro de julgamentos, que começou às 9h e terminou às 18h, o público não deixou as arquibancadas e continuou a vibrar a cada conquista, de um julgamento que não poderia ser mais imparcial:
“Um dos aspectos mais interessantes de julgar na Expointer, foi que não conhecíamos previamente os animais e portanto não sabíamos identificar quem eram seus criadores. Sempre tentamos julgar baseados unicamente nas características e o fato de não conseguirmos identificar os proprietários foi a garantia de que os critérios foram puramente técnicos”, afirma May.